O porto

Sinto-me um velho porto

Varias vezes encoberto

Emergindo recorrente

Das ressacas da minha mente

Há muito a descoberto

Sob o sol inclemente

Amigo das embarcações

Cansei de chorar às partidas

De festejar atracações

De curar tantas feridas

De fincar os meus grilhões

Recomeçar minha vida

A vela que aparece

Com seu branco no horizonte

É o lenço que se vai

Acenando noutro instante

Somente as águas inquietas

São estáveis companhias

E o vento que se repete

Numa eterna sinfonia