Uma pausa para o café

Coado em coador de pano,

servido em bule de ágata,

sorvido sem o correr insano

no viver de uma vida pacata.

O ritmo que flui com o cheiro

do café torrado e moído,

no tempo certo curtido,

guarda leve amargor brejeiro.

Memórias excitadas pelo olfato

evocam épocas de outrora,

atenuando a urgência do agora

presente nestes tempos de impacto.

Da correria do café expresso

quero a morosidade do café coado.

Mas, sem relutar, eu confesso,

qualquer café aprecio empolgado.

Helio Valim
Enviado por Helio Valim em 24/02/2021
Reeditado em 05/07/2021
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