Na vida
No altar o santo de sua devoção
Na mesa um copo de café e pão
Na mão a enxada e o grão
No olhar o dia nasce no sertão
Na cabeça o sol esquenta sem dó
Na boca o gosto de sal do suor
Na memória o afago de seu xodó
Na marmita arroz, feijão e só
No pé o chinelo percorre a estrada
Na varanda avista sua rede armada
No portão o sorriso de sua linda amada
Na vida tem tudo, não lhe falta nada