DE CARTAS ARRUINADAS

DORES

Vidas repartidas

Na despedida

Tudo o que eu não consigo

é dizer adeus.

Me dê sua mão querida

E ainda que eu não diga

Da dor que fere o peito meu.

Quem sabe quisera eu que sofresses

O tanto que minha alma já sofreu.

Para que não digas que morro sem causa

Saiba que nesta hora prometheus

Queria muito não ter num dia novo

O fígado comido pelos corvos

Nem ter levado fogo ao breu

Não queria ter acendido paixão nenhuma

Vejo o inferno que isso me meteu

Sou então vendido aos poucos

Cada noite se vai um pedacinho meu

Cada dor que fere e mata

Queria eu oh minha ingrata

Oh minha amada

Este punhal no peito teu

Para dividir contigo a dor de ter perdido

Um amante um amigo um tempo

Um Deus !

isaac santiago
Enviado por isaac santiago em 21/01/2021
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