Poema bucólico (à Eletrobras)

No desespero do apagão, meu alento foi voltar alguns séculos e me refugiar no Arcadismo. De um sítio, entre eucaliptos, percebi que apesar de tudo, há de haver sempre um poema bucólico!

Poema bucólico (à Eletrobras)

Eu vi um poema bucólico como vestes do campo. Desembaraçado. Estirado em meu encantamento. Bengala das árvores mais altas, onde dê pra sentir a trinta pés de altura o cheiro de escrito acumulando flores.

Não há de haver jamais a poesia com muros castigada! como pode um poema não conhecer a estação das ruas?! Seria como uma silhueta viver resignada ou ao pé de uma colina azul contornar pouca coisa; uma desordem celeste de um dia mal carpetado; uma piada arriada a graça.

As telhas apertaram-se pra crescer o castanheiro. Haverá sempre um galho seco balançando sem pressa de outra banda.

Como pode um poema não conhecer a estação das ruas?