Carimbamba

No alvoredo negro uma luz cintilando

puntiforme como uma estípula feita Fulô

Vem do Sul exibindo-se e rasando

- mistério encarnado traz no-lo

pelos montes e planícies do Agreste Velho.

Tal como uma bailarina,

que a todo canto ia,

ela seu corpo mostrava.

Quando ela vinha e se punha,

constrangida entre as nuvens,

e a lua surgia

preocupada e senhoria.

- Ah, aquele foco no horizonte!

- Ah, aquele sonho de anteontem!

No vazio do mato baixo e queimado,

volta rasando com seus olhos de Gavião,

retorna noturna como Curiango,

mas é a Carimbamba, rainha da noite,

ave solitária e noturna.

Severino Malaquias
Enviado por Severino Malaquias em 01/04/2020
Código do texto: T6903846
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