Profecia

     Na arquitetura da manhã
     Entre dentes, fiapos de sol.
      O que dizer do  dia o afã
     nas asas dos pássaros no arrebol?!

     Em todas as janelas esse riso maroto
      Aves migratórias,frutas temporãs
     E o grito nervoso dos garotos
     cara suja e o cheiro velho das lãs

    Na cozinha,faca, queijo na mão
      Sabor quentinho escolhido.
    Fumaça do bem, profetiza café da manhã
         E esse alarido??
   Ah, outro sol amarelo a ser cozido!
   Devoro essas promessas.
  Lá fóra o dia tem pressa...
  E o rio é manso, mas persistente
  Resistir não posso por mais que tente.

  Filha do homem anuncia com fé
  Que a meninice tudo acredita...
  Vai que o tempo retorne pra sua dita.