FILHO DO PAI
Há um menino sentado na calçada
Descalço e maltrapilho ele está.
Sobre sua cabeça,
Uma vasta cabeleira é o que há.
Pensei,
É mais um menino na rua,
Para fome passar.
Ele me direciona um olhar,
Olhos angelicais, tristonhos
E da cor do mar.
Ao levantar, observo seu corpo
Franzino, chagado de tanto não amar.
Num impulso começa a andar,
Vou atrás para poder apreciar.
Por vielas e ruas eu vou,
Não sei se com as pernas dele
Ou se com as minhas eu fui.
Como se fosse dono da rua ele segue,
Sem perceber, a turba abre caminho.
Passos firmes,
Ele acalenta friolentos,
Ameniza a dor dos feridentos.
Segue peregrinandorua,
Faz sorrir a criança sem alegria.
Ele vai
Vejo sangue em seus joelhos.
Cumprimenta o tenso policial,
entra no prostíbulo,
Beija a mãe que acaba de falecer
De doença fatal.
Em suas mãos começa
O sangue correr.
Me olha com olhar tristonho
Mesclado por uma serenidade inconfundível.
Creio que isso seja um sonho.
Ele segue, não pára...
A tarde está chegando,
Caminhando ele chega a um ambiente requintado.
Ali o excesso não se nega,
É tanto
Que para o lixo vai o alimento.
Em suas costelas surgem sulcos
Que são preenchidos pelo vermelho do sangue.
Ele me olha,
Um olhar de dor é o que posso afirmar.
Segue o caminho
Sinto nele uma certa indecisão.
Mas, ainda assim, ele vai.
Entra em um templo,
Ali chamam e clamam pelo Pai.
Ouve uma palavra que não lhe é estranha
Um discurso vazio e sem esplendor
Pessoas negociando a alheia dor.
Ele me olha,
Vejo sangrar o seu rosto,
Surge uma coroa
Ao céu lança um olhar
"Não...eles ainda não sabem o que fazem..."
Ouço seus lábios sussurrar...
Há um menino sentado na calçada
Descalço e maltrapilho ele está.
Sobre sua cabeça,
Uma vasta cabeleira é o que há.
Pensei,
É mais um menino na rua,
Para fome passar.
Ele me direciona um olhar,
Olhos angelicais, tristonhos
E da cor do mar.
Ao levantar, observo seu corpo
Franzino, chagado de tanto não amar.
Num impulso começa a andar,
Vou atrás para poder apreciar.
Por vielas e ruas eu vou,
Não sei se com as pernas dele
Ou se com as minhas eu fui.
Como se fosse dono da rua ele segue,
Sem perceber, a turba abre caminho.
Passos firmes,
Ele acalenta friolentos,
Ameniza a dor dos feridentos.
Segue peregrinandorua,
Faz sorrir a criança sem alegria.
Ele vai
Vejo sangue em seus joelhos.
Cumprimenta o tenso policial,
entra no prostíbulo,
Beija a mãe que acaba de falecer
De doença fatal.
Em suas mãos começa
O sangue correr.
Me olha com olhar tristonho
Mesclado por uma serenidade inconfundível.
Creio que isso seja um sonho.
Ele segue, não pára...
A tarde está chegando,
Caminhando ele chega a um ambiente requintado.
Ali o excesso não se nega,
É tanto
Que para o lixo vai o alimento.
Em suas costelas surgem sulcos
Que são preenchidos pelo vermelho do sangue.
Ele me olha,
Um olhar de dor é o que posso afirmar.
Segue o caminho
Sinto nele uma certa indecisão.
Mas, ainda assim, ele vai.
Entra em um templo,
Ali chamam e clamam pelo Pai.
Ouve uma palavra que não lhe é estranha
Um discurso vazio e sem esplendor
Pessoas negociando a alheia dor.
Ele me olha,
Vejo sangrar o seu rosto,
Surge uma coroa
Ao céu lança um olhar
"Não...eles ainda não sabem o que fazem..."
Ouço seus lábios sussurrar...