Grão-de-Areia

Grão-de-areia

Caminho trôpego

Qual ébrio solitário

Em vielas me perco

Coração descompassado

Cansado relógio

Empoeirado...

Cinzentas ruas

Encruzilhadas em Mim

Velhas estradas

Sem destino algum

Sombras de um passado

No porão de meu Eu

Aflito...

Há agonia em meu olhar

Frio gélido que minha carne açoita

Tenebrosas garras de curare

Aprisionam-me a entorpecida razão

Doidivana...

Sozinho cambaleante prossigo

Fio tênue de Hélade

Talham-me o esquife

Velhos verdugos

Juízes!

Sangram os pés

A Alma ainda mais

Diante do Inevitável

Último epitáfio componho

Túmulos!

Em riste abro as asas

Enfim alço voo

Sou apenas mais um;

Grão-de-areia...

PULSAR

Pulsar
Enviado por Pulsar em 16/01/2019
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