Grão-de-Areia
Grão-de-areia
Caminho trôpego
Qual ébrio solitário
Em vielas me perco
Coração descompassado
Cansado relógio
Empoeirado...
Cinzentas ruas
Encruzilhadas em Mim
Velhas estradas
Sem destino algum
Sombras de um passado
No porão de meu Eu
Aflito...
Há agonia em meu olhar
Frio gélido que minha carne açoita
Tenebrosas garras de curare
Aprisionam-me a entorpecida razão
Doidivana...
Sozinho cambaleante prossigo
Fio tênue de Hélade
Talham-me o esquife
Velhos verdugos
Juízes!
Sangram os pés
A Alma ainda mais
Diante do Inevitável
Último epitáfio componho
Túmulos!
Em riste abro as asas
Enfim alço voo
Sou apenas mais um;
Grão-de-areia...
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