POESIA
(Socrates Di Lima)
Nesta vida de nada esqueco,
Nem mesmo das minhas dores,
E certo que por isto mereco,
Deixar ir embora, os meus amores.
De tanta que fora a minha vivencia,
Alguma coisa por certo aprendi,
Deixei de lado certa inocencia,
E meus erros por certo, corrigi.
E assim, me entreguei aos pensamentos,
Deixando a poesia de lado,
Náo queria macular os meus tormentos,
E nem ser um poeta rotulado.
Mas hoje eu resovi levantar...
Os olhos para dentro de mim...
Vi que ainda tem olhos a me inspirar,
E que estar sozinho näo é o fim.
E se optei por assim o ser...
Clausurar-me no meu proprio calabouco,
E do meu passado esquecer
Na mala do meu Eu, moco.
Náo lamento o estar só...
Nem me sinto em inquieta solidáo,
Hoje, desfaco certo nó,
Que prendia la no fundo, meu coracäo.
Levanto-me como um facho de luz,
Como quem se submerge em águas turvas,
Vejo que a poesia, ainda me seduz,
Como um banho nu, sob torrentes chuvas.
Ela em si, é um elo intrigante,
Que náo me deixa se perder na nostalgia...
Sei que tenho um coracäo de amante,
E corre nele, o sangue velho da poesia.