Recanto

É um lugar em que choro meus prantos

Em que vivo encantos

Em que falo de mim

Lugar de palavras quase sem freios

De muito poucos receios

Que atende a muitos fins

Que se presta ao desabafo

Confidente, auto-retrato

No ermo verso ou na prosa

Que resgata a auto-estima

Que dissipa à autopiedade

Transfigura a verdade

De uma solidão prazerosa

Lugar de esperança e vício

Onde deixamos resquícios

De uma labuta difícil

E da hora preguiçosa

De gente apaixonada

Pela vida, pela estrada

Por tudo o quanto lhe é caro

Pelo amor achado ou perdido

Pela dor de um ser sofrido

Por algum bom momento raro