TEMPO DE COLHEITA

Caminhando entre as folhas

secas, verdes, levadas pelo vento,

camufladas entre bichos e pedras,

Vejo aquela árvore que tantas vezes

deu frutos atravessando, a duras penas, as estações.

Sofrendo todas as ameaças

do inverno e da seca,

correndo todos os riscos de ser

mutilada, decepada, queimada.

Mas lá está ela...

cujas folhas indicam nova temporada,

cujo tronco indicam seu tempo de existência,

cujas raízes indicam suas forças e fraquezas,

cujos frutos indicam que é tempo de colheita.

Piso em alguns frutos já caídos,

pelo peso de sua podridão,

por terem servido de alimento aos pássaros,

por terem sido furtados e deixados para trás,

por terem sido abrigo aos bichinhos,

por terem sido frágeis às forças do ventos.

Recolho todos esses frutos e

separos-os conforme a condição de cada um.

Pela quantidade, a colheita foi farta.

Pela maturidade, poucos vingaram.

porém todos um dia foram flores

com ou sem espinhos,

que deram lugar a uma nova obra.

Hoje, todos esses frutos, o Senhor os aceita e os aproveita.

Até mesmo os podres para servirem de adubos

para novas sementes germinar.

Quanto àqueles frutos verdes...

--- Senhor, dê-lhes tempo para amadurecer.

Não deixes morrer, esta árvore de tão pouca idade,

mas dê-lhe tempo de recomeçar.

Eclesia
Enviado por Eclesia em 24/07/2007
Reeditado em 16/10/2007
Código do texto: T577784