Travessia...
Foi tão longa a travessia
Daquela ave sombria
Sentia no peito o farpado
Mas teimosa ela seguia...
Ela seguia teimosa
Pois precisava da Rosa
E a Rosa era poesia..
Não fita_la era um pecado
E assim a ave seguia...
Passou fome passou frio
Escondeu-se no vazio
E seu caminhar prosseguia
A buscar sua Rosa seu dardo
Na estrada solitária o cansaço..a ave vencia...
Vieram os anos..a ave envelhecia..
E o riscadinho sonhado
Ficara em Rosa poesia..
Era gesto terminal..disso a ave sabia...
O dardo foi cravado..
E viam que a ave sorria..
Assim deu-se findado..
O andar da ave Maria.
E Rosa majestosa poesia
A cada manhã que surgia.. mais e mais florescia...
Sem sequer imaginar..a da ave travessia...
Dorothy Carvalho.