Infinito...
olhos borrados de rímel,
sombreados de escuro
boca desbotada,
com gosto de choro
pele sem viço,
esperando os rabiscos
das tuas mãos
corpo inerte,
ansiando pelo teu...
o tempo vai gotejando
e o gotejar é insensível
uma hora tem mais
que sessenta minutos,
tem uma eternidade
em seu íntimo...
a eternidade que tanto
sonhamos,
hoje, virou um suplício...
tudo em mim tem teus
resquícios
meu pensar não é
mais meu...
eu já não me pertenço!
vivo encarcerada
em você e nesse amor...
me afogo na tristeza
da saudade
de tudo que um dia
nem vivemos...
vivo no cosmos das
incertezas de tudo
que nem seremos...
escrevo poesias,
em versos que nem
escritos foram
ouço as músicas,
embaladas pelos sons
que nem entoados foram...
e do gotejar do tempo
vou me acalentando,
nutrindo meu espírito
que ainda acredita
nesse amor infinito...
18/04/2016