PAZ NO VALE

Preguiçosa,

a tarde se arrasta lentamente

até o anoitecer,

quando

restos de sol

contornam o horizonte

parindo silhuetas incertas,

fantasmas do dia que se foi.

A lua,

pálida e solitária,

ponteia outro lado do infinito

e o escuro da noite pisca

como se vaga-lumes

estivessem costurados

no manto invisível do céu.

Desce a madrugada,

calada

e o sereno, em gotas,

beija a relva, timidamente.

Do lado oposto, então,

as luzes da aurora

despontam por sobre os montes.

É o amanhã que vem chegando,

galo cantando

no mourão da cerca

e os passarinhos,

em coro,

saúdam o novo dia.

Se não receber

nenhuma bênção neste dia

lembre-se que estar vivo

já é a maior de todas.

Jonas De Antino
Enviado por Jonas De Antino em 22/09/2015
Reeditado em 22/09/2015
Código do texto: T5390512
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.