Pelas colinas e desertos.

Passeando os olhos no seu corpo seco

senti a presença da chuva em meu olhar

nau sem mar.

Dormia simplesmente e insistentemente seu cheiro

de deserto me ascendia com cheiro de café e hortelã,

o sabor da sua boca e também o da minha infância, sonhava

com ursos e leões, me senti um cordeiro em suas mãos, nas

poucas palavras muito tempo se passou e cada segundo conta

as gotas do tempo que nos separam, os corpos, pois as almas já são

unidas por um só beijo drástico

então acendi um cigarro

para ver se

o que me consumia sumia com o enfumaçado ser.

Ledo engano, a manhã se fez e trocamos um "até mais" já arenoso

Matematicamente me arrependi de ter deixado as boas lembranças

correrem por debaixo da terra e levarem meu amor a um endereço

que sequer posso imaginar.

Resta a mim permanecer como pedra neste lar na esperança

deste alguém voltar.

Elias F Mourão
Enviado por Elias F Mourão em 10/07/2015
Reeditado em 06/08/2015
Código do texto: T5306395
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