Mais um Dia
Sob a penumbra exulto
o vulto
do que guardo a sete chaves
Aqueço
os dedos
para que o íntimo fluxo natural se instale.
Olho sobre o que produzo
sobre o que verte do profundo
ser!
Essencial de minha alma
Os fluxos param
o alívio chega e o barulho instala.
O ritmo prende...
A garganta se cala
O músculo contrai, a mágoa toca o teclado...
O mundo não está em minhas mãos...
Mas olhem, produzi alívio num tocar ágil
Do ser, tão forte, tão frágil
Respiro pesaroso o passar do longo dia
Nem sequer chegou o tal do meio dia
Sobram-me os restos de conhecimento
No final, a balburdia continua
Descontrolada e afinada melodia
No passar de mais uma poesia
Divido em palavras o que sobra
A matemática binária das dobras
Desentranhadas num viés de pensamento
Momentos...
De sabedoria que martelou na cabeça
Os passos determinam, sinto
Que não controlei, o que quer, qualquer, trago!
Mais um e outro cigarro que roubei
De quem será, será que sei?
Não!!! A máxima universal deixada...
De um homem que há muito viveu
A terra reinou, a carne pereceu
E tão vivído, sensível, o poeta sofreu
E escancarou em ordem a paz arruinada
Há tanto benquista, desejada
Expectativa que resultou no NADA!