Mais um Dia

Sob a penumbra exulto

o vulto

do que guardo a sete chaves

Aqueço

os dedos

para que o íntimo fluxo natural se instale.

Olho sobre o que produzo

sobre o que verte do profundo

ser!

Essencial de minha alma

Os fluxos param

o alívio chega e o barulho instala.

O ritmo prende...

A garganta se cala

O músculo contrai, a mágoa toca o teclado...

O mundo não está em minhas mãos...

Mas olhem, produzi alívio num tocar ágil

Do ser, tão forte, tão frágil

Respiro pesaroso o passar do longo dia

Nem sequer chegou o tal do meio dia

Sobram-me os restos de conhecimento

No final, a balburdia continua

Descontrolada e afinada melodia

No passar de mais uma poesia

Divido em palavras o que sobra

A matemática binária das dobras

Desentranhadas num viés de pensamento

Momentos...

De sabedoria que martelou na cabeça

Os passos determinam, sinto

Que não controlei, o que quer, qualquer, trago!

Mais um e outro cigarro que roubei

De quem será, será que sei?

Não!!! A máxima universal deixada...

De um homem que há muito viveu

A terra reinou, a carne pereceu

E tão vivído, sensível, o poeta sofreu

E escancarou em ordem a paz arruinada

Há tanto benquista, desejada

Expectativa que resultou no NADA!

Arthur Barbosa
Enviado por Arthur Barbosa em 08/07/2015
Código do texto: T5304197
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