Poesia produzida no passado
Esse céu cinza que me convém
Traz-me lembranças de além.
Não me esqueço da infância
Complacente demais.
Não me desfaço da ideia
De que não fui capaz.
Esse vento de tormentos
É reflexo da minha ideia.
Couberam nos anos os lamentos
De quem esquece as humanas cadeias.
Principal legado do céu
Meu pecado morre na terra.
Transeuntes juntam suas tralhas
Os carros passam correndo
Todos apressam seus passos
A chuva vem logo vivendo
Assim como o ardor do fogo.
Quanta infância perdida de novo.
A roupa a secar no varal
O céu espanta esse plano
Correm todos com seus baldes
Ajuntando anos pendurados
Nos olhos amarelados
Dos que sobreviveram calados.