VENTO VIAJANTE
(Sócrates Di Lima)
De longe, vem-me alguma coisa,
Abro a janela....
Na face sinto uma brisa que esposa,
E sussurra-me a saudade dela.
O pensamento voa distante,
Em algum lugar do meu ontem,
Viaja em nuvens de um céu alvejante,
Como pássaro sem fronteira que o céu tem.
É a chuva e o vento que vem....
E traz saudade....
O mesmo vento vai além..
Talvez, em alguma cidade.
Um lugar além do meu olhar,
Onde se vai em asas de aço,
Mas, vai também meu pensamento buscar,
Um outro olhar em outro espaço
Ventos de minh'alma triste,
Àguas que meus olhos movem...
E meu coração não resiste,
Voa...voa ao encontro de alguém.
E ai eu meu pergunto,
Quem?
E ao meu desejo junto,
E não encontro ninguém.
Como uma janela fechada,
Cortinas negras fechando suas frestas,
Os olhos cerrados como noite desluarada,
Uma escuridão nos olhos sem arestas.
Vento...!
Que vem e que vai....
Sentimento,
que de dentro de mim, nunca sai
E assim,
Minha face em dispersão divagante,
Devaneios incontroláveis em mim,
Faz-me em olhar distante,
dardejante,
derramante
uivante
e viajante.