Sou fogo que incendeia
Eu sou fogo.
Eu queimo.
Você nunca deveria ter me olhado.
Você não sabe, mas eu sou perigosa.
O medo corroí.
A insegurança sufoca.
A tristeza apodrece.
E eu queimo.
Quando tudo parece estar perdido, no caos total, vejo lágrimas.
Dor.
Sangue.
Vejo ele. Vejo o meu medo.
Então eu queimo.
Meus olhos pedem socorro.
Mas quando alguém me avista.
Algo se atiça.
Medo dele. Medo de ser magoada de novo.
Não choro.
Não permeneio.
Então eu queimo.
Tenho medo do futuro.
E dos que meus olhos podem mostrar. A fraqueza. A dor.
E o que o coração pode contar, a exposição total que mata todas minhas barreiras.
A insegurança.
Então eu queimo.
Talvez um dia, pelo medo, ou por tudo.
Eu te queime.
Não é minha culpa.
Fui queimada.
E é só o que sei fazer.
Não me olhe...