Como eram belas as cartas!

Projetos velhos em papéis amarelecidos.

Projetos tidos, projetos idos de uma longa vida.

Projetos estes que mantêm-nos vivos.

Fazem-nos procurar um propósito qualquer em nossa existência,

Ou um sentido.

Sangrando meu peito, catando papéis.

Papéis amassados, papéis de presentes,

Presentes quebrados, velhos papéis.

Papéis que outrora rabisquei promessas

De amor eterno, para amores ausentes.

Cartas veladas que mandam notícias

Boas ou más. Não importa.

Embaixo da porta vêm boas novas!

Tão bom era escrevê-las!

Nos momentos de desespero

Apanho escondido, papéis com orações

De louvor e canônicas canções.

Rogo a Deus, ou a quem quer que seja:

Guia-me e me proteja!

Mas existe mesmo Deus?

Ou há necessidade em encontrarmos um responsável por tudo?

Pela criação do mundo...Existe mundo?

Escrevo minhas preces no papel.

Não me ouçam os ateus!

Valter Pereira
Enviado por Valter Pereira em 30/05/2007
Código do texto: T506732
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