Para sempre

Desejar que tivessem andado por mesmos caminhos

Parecidas trilhas que lhes tivessem conferido semelhantes experiências

Quem sabe asseguraria o outro desejo

O de ter parceria

Cumplicidade

Ainda que lhes faltassem os elos naturais que os distinguiria

É esse o pior tipo de solidão

Estar-se ao lado sem a base da vivência anterior

Sem referências comuns aos dois

Foi tudo culpa da antiga decisão

A de se deixar atrair pelas diferenças

Permitir que a curiosidade se transformasse em encanto

As necessidades são do hábito

De um amor surgido pelo reconhecimento mútuo

Pelos sacrifícios autoimpostos

As similaridades foram condicionais

Nem por isso deixaram de ser reais

Convívios que encobrem antigos jeitos de ser

Alguns vão vivendo assim

Com sobras e rebarbas de afinidades

Sem a paixão como liga

Outros se despedaçam quando vão

Deixando com o outro

Tempos, espaços e pedaços do coração