CREPÚSCULO INVERNAL

 
Contrastando com o branco
brilha inda a luz frouxa do sol;
uma lança que se verga no arrebol
trazendo um guerreiro manco.
Que decepar-lhe de todo é ousadia.
Por isso são tão longas essas tardes frias!
 
E o soprar do vento são milongas
ecoando pelos vales frios...
Trazendo esses doces calafrios
ao ruflar das asas das arapongas.
Ah! Eu só quero um pouco mais
dessas frias tardes invernais!
 
Um pouco mais dessa luz cor de âmbar
filtrando entre a brancura dos alerces...
A misturar-se com o murmúrio das preces
ao longe, em alguma ermida...ou no ar...
Ah! É tão sentido o crepúsculo invernal!
E a noite não é nada acidental...
 
Mas eu não quero perder essa aquarela
que aos poucos se desfaz.
Ah! A noite é um terrível aguarrás ...
E por trás dos vidros da janela
eu choro junto com a tarde,
prantos de neve que o ébano invade.
 




( Imagem: google)