CATACLISMAS.

Silêncio.

Explosões oceânicas, o mundo está acabando,

Um cachorro solitário, late do nada, abandono,

O computador não carrega, estou com sono,

Pego uma folha A 4, escrevo,

Insone, a caneta me foge às mãos,

Me pego fitando, Imesh-of-line,

Conexão local, velocidade: 100 Mbps, status, conectado,

HP digital Imagining Monitor,

A lâmpada pisca, deve ser a sua qualidade,

Ou será efeito dos cataclismas,

Sinto medo, estou só, são 04:46 da madrugada,

Ouço ao longe o cantar raivoso do mar,

Tento novamente acessar os sites, sem sucesso,

Bonsucesso foi um bairro aterrado pela expansão territorial,

Bem como, São Cristóvão e Caju,

Será que o mar está vindo buscar o que era dele?

Tsunamis, maremotos, ondas gigantes.

De repente, apagão,

De energia elétrica e de elétrica energia em mim,

Choro copiosamente, estou muito cansado,

De correr atrás do sonho, dos ideais, das conquistas,

A vida inteira, sem sucesso, Bonsucesso, diria meu pai.

Vejo luzes no horizonte que se apagam trás os montes,

O mundo ergueu-se em um clarão,

Uma abóbada celeste a oeste da minha razão,

Reúno forças para escrever,

Viro a página deste mórbido relato,

Um hiato entre a vida e a morte,

Talvez eu esteja com sorte,

E saia ileso desta triste confusão.

Mas as revoltas continuam,

Do povo, do mar, das florestas; quem mandou desmatar,

Temos que cuidar do aquecimento global,

Das geleiras, das palmeiras,

Dos centros urbanos e dos igarapés,

Das peladas e dos "pelés",

Das crianças abandonadas, subjugadas "In Natura",

Desta estrada extremamente dura.

Ainda visualizo raios, lunares e infravermelhos,

Refugio-me no quarto, junto aos espelhos,

Que imediatamente quebram-se ante minha presença,

A impressão é que eles não querem ser testemunhas do meu fim.

Por: Jaymeofilho.

17/05/2014.

Jaymeofilho
Enviado por Jaymeofilho em 17/05/2014
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