CENA COTIDIANA, NÃO FOSSE O IMPREVISTO
Olhos na tela.
Um coração moribundo ocupa o assento no ônibus.
Dedos tocam telas.
Na parada, uma subida.
Aquele menino franzino
De porte de sua tela
Ouvia música sem fones de ouvido
Um solo de violino!
E a viagem segue seu itinerário.
Na rodovia, engarrafamento
Olhos de todos atentos pra fora
Pedaços de metal
Fumaça e fogo
Uma trilha de sangue pelo asfalto
Sacos pretos
Vidas despedaçadas
Acaba o trânsito
E os olhos retornam atentos às telas.