Bela raça Brasil
Viajei nas curvas do seu sorriso,
Seu corpo era do mesmo tamanho.
Canela, jambo, cachaça, raça;
Matas, florestas e mistérios.
Carranca dourada de Yorubá.
Colar de conchas e missangas. Tranças.
Cambráia raia na saia que saía de lá
Onde a nudez era divina e permanente.
Cabelos não tão pretos graúna.
Mas não é só o que tinha na cabeça sua
Chamã, Caopiá, Tapuia ou Caiowá.
Podia se ver também muita
Guarânia, guarani, guaraná e jatobá.
Seus olhos brilhando a tez de Guaraci,
Não iracemava nada de Ceci.
Peraí: Peri. Piripiri, Paranavaí...
Bem no canto que saia da boca. Eu vi.
Mas o encanto maior é o que sorria;
Era o que mais valia, não trairia.
Nunca se contrariaria em ira. Ironia.
O que eu mais queria seria
Caçar caguipe sem tanga;
Na monga tonga, songa da sanga.
Porém, você contava era com as contas
Rosadas do rosário que eu não rezava,
Apenas levava como amuleto.
Trocamos presentes como beijos ardentes.
Você sumiu na mata,
Virgem e brasileira, como sempre.
E muito, muito mais que de repente.
E eu? Eu fiquei aqui... Pra semente.