Nessa noite

Não me sinto bem, hoje

Aparentemente normal, sombria

Sem vontade de gritar que vive

Aos poucos pelo menos

Santa noite de pavor,

Que faz as custas vontades

Numa melhora que não será muita,

Mas pode começar com ela

Sinto meu coração na boca

Com um laço firme espremendo

De uma forma inquieta e infantil

Sombras de um momento ruim

Completa ao extremo

Não me sinto assim em anos

Qual sentido é o meu afinal,

Se ele ainda está dando voltas por ai

Do meio de quem se importa?

Se seu coração está desse jeito,

Deve ser por alguma culpa sua

De que não sabe lidar com ele

É mais fácil assim, admito

Que a fraqueza é culpar os outros

Por aquilo que não se sabe de onde saiu

De onde surgiu um defeito sem olhos

Felizmente ainda vivo

Com ou sem um meio de sobrevida

Na escuridão e na luz

Tudo ao mesmo espaço

E doí, tem horas que é insuportável

Conviver com um saudosismo enorme

Ficando batendo, batendo, sofrendo

No meio do quarto vazio

Sendo assim, desse jeito

Chorona, infantil, descrente, insegura, infeliz

Horrível não ver o que na cara se vê

Olha ai, a garotinha pedindo ajuda

Pra não cair em falta de fé

Ver na medida certa o que não fazer,

O que não começar pra não terminar

Deixando a mente inquieta

E de verdade, não sei se tem solução

Pra um caso feito como o meu

Só sei que aos meus ares ainda posso

Ter sempre lutas pela frente

Por não ser perfeita

Por não saber andar de salto alto

Por ser ciumenta, possessiva, mesquinha

Sabendo ser como sou e mais nada.

Naty Silva
Enviado por Naty Silva em 26/02/2013
Reeditado em 26/02/2013
Código do texto: T4161045
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