Nessa noite
Não me sinto bem, hoje
Aparentemente normal, sombria
Sem vontade de gritar que vive
Aos poucos pelo menos
Santa noite de pavor,
Que faz as custas vontades
Numa melhora que não será muita,
Mas pode começar com ela
Sinto meu coração na boca
Com um laço firme espremendo
De uma forma inquieta e infantil
Sombras de um momento ruim
Completa ao extremo
Não me sinto assim em anos
Qual sentido é o meu afinal,
Se ele ainda está dando voltas por ai
Do meio de quem se importa?
Se seu coração está desse jeito,
Deve ser por alguma culpa sua
De que não sabe lidar com ele
É mais fácil assim, admito
Que a fraqueza é culpar os outros
Por aquilo que não se sabe de onde saiu
De onde surgiu um defeito sem olhos
Felizmente ainda vivo
Com ou sem um meio de sobrevida
Na escuridão e na luz
Tudo ao mesmo espaço
E doí, tem horas que é insuportável
Conviver com um saudosismo enorme
Ficando batendo, batendo, sofrendo
No meio do quarto vazio
Sendo assim, desse jeito
Chorona, infantil, descrente, insegura, infeliz
Horrível não ver o que na cara se vê
Olha ai, a garotinha pedindo ajuda
Pra não cair em falta de fé
Ver na medida certa o que não fazer,
O que não começar pra não terminar
Deixando a mente inquieta
E de verdade, não sei se tem solução
Pra um caso feito como o meu
Só sei que aos meus ares ainda posso
Ter sempre lutas pela frente
Por não ser perfeita
Por não saber andar de salto alto
Por ser ciumenta, possessiva, mesquinha
Sabendo ser como sou e mais nada.