Uma lua em eclipse
Uma lua em eclipse
Estou distraído num bar a ver copos
Quando a noite chega, comum, embaçada.
Desvio o olhar. As pessoas se retraem
Além das palavras. Nasce uma escuridão apagada.
Prosseguem as mentiras vazias,
Nada além do enlevo da cerveja.
Alguém vai saindo conversando.
Com quem? Com qualquer que seja...
A noite desce completamente.
Alguém se ouriça com o final da tarde.
Conversa aqui, conversa ali
Álcool não falta. Falta a claridade.
No alto, a lua de todos os amores
Que não dá tréguas ao olhar costumeiro,
Também descansa, indiferente, em eclipse,
Lerda, muda e impassível ao olhar ligeiro.
Esta lua, meio escondida, meio vista
Indiferente às fases, crescente em sua veia,
Pela cobiça de seus olhares
Nunca mais estará cheia.
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