o colibri
Tentei,a beira de vertiginoso abismo, colher uma linda flor
Porem ,quedei -me,atônito, num terrível ,e tenebroso medo
Ansiava pela rubra camélia, enfim ,vê-la seja lá,onde for
Pouco a pouco, despetalando e,assim, desvendar o segredo
Invejava a alegria do colibri azul dourado que,leve, pousava
Sobre as finas corolas vermelhas que dançavam com o vento
Ah!que o minúsculo passarinho,como que, sem bater suas asas
Resistia ,firme ,a forte vendaval,não se abalando ao tormento
Pobre de mim ,gigante ,com pés de barro,não suporta a altura
Que de coragem, torna-se ,apenas,um mero arremedo,afinal...
Deixando morrer no precipício, o ideal amado,indefesa criatura
Encurvado,em profunda angustia,cativo suspirava ante meu mal
Imaginava quantas larvas,lagartas aquela camélia rubra resistira!
Na esperança firme de,um belo dia, borboleta azul, iria encontrar
Ai!que esta amiga lembrança,trouxe,a mim, dor que ,jamais,sentira
Desafogando o aperto,incerteza que paralisava o meu ,claro,pensar.
Arrisquei escalar duras escarpas e acolher a razão de meu sentimento
Deixei marcas de sangue das feridas abertas em meu longo caminho
Uma imensa frustração assaltou-me,quando a flor foi levada pelo vento
Deixando-me no beiral do abismo ,mãos vazias e chorando sozinho...