As águas de março
São carros, são os prédios e os barquinhos
Rolando, rolando como uns brinquedinhos
São as águas levando o que esta no seu caminho
São prédios rasgando que nem papeizinhos
São paus, pedras, são as águas do mar
É lama, é lama, é lama...
São lágrimas que rolam...
Nos rostos o desgosto
É um ponto final um fim no caminho
São as ondas de março
É projeto, sonho, resto de vida
É o mundo desabando num desalinho
É a natureza gritando sem sintonia
Soprando, soprando a ventania
É a vida é a morte pelo caminho
O sentir-se perdido, sozinho
È agonia, agonia...
São as águas de março ruindo
Suas casas, seus sonhos estradas
É um espinho no peito uma dor no coração
É a sede, é a fome, é a falta do grão
É a falta do pão...
São as águas estrondando
Avançando sobre as cidades
Ceifando vidas sem ver a idade
São lágrimas que escorrem
São sonhos desfeitos.
Sim são as águas de março que fecham o verão
Deixando um rastro de destruição.
São ondas que nascem
Luzes em meio da escuridão
Pingos e gotas de esperança
É o arregaçar as mangas
É sinfonia em união
È a solidariedade
O garimpar de forças
È ajuda do céu pelas mãos de irmãos
É amanhecer é fé, confiança
É o querer viver...
É ver novos frutos nascer...
Foram as águas de março
Agora promessa de vida e restauração
Foram as águas de março
No sul, Paraná em São Paulo e no Japão