Ao Luar - glosa Ao Luar de Augusto dos Anjos
Quando, à noite, o Infinito se levanta
À luz do luar, pelos caminhos quedos
Minha tátil intensidade é tanta
Que eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos!
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Quando, à noite, o Infinito se levanta,
em meio a um cristal de ecos entoados,
atrás do sono da aurora um sonho agita,
balbucia e geme, enche meus ouvidos!
Arranca co’as unhas da fantasia ávida,
à luz do luar, pelos caminhos quedos,
onde minha errante alma foi marcada,
a fogo mádido da lua e seus segredos!
De asas abertas toco as montanhas
trazendo seu abraço, oh carícia santa!
Minha tátil intensidade é tanta,
que me vem dançar o céu nas entranhas!
Nas gotas da lua me banho e divinizo,
afogando tantos ais vãos e tolos credos
e em meio a florescimentos me sublimizo,
que eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos!
Santos-SP-25/10/2006