Enterro ( PARTE I )
Sou ave morta que não agüenta viver
Quero ser levada pelo vento ao Léo,
Para sentir os ensejos do conspirado
Momento desnudo da minha razão de viver.
Chapiscado no entupido desfalque
Enrolando em meu pensamento,
Desgrudando das forças do agreste
E desta agravante surpresa celeste.
Neste ponto mais alto da anatomia
Seu suflê constrói os marcos dessa utopia,
Enlanguescendo a fonte frágil desta antipatia.
O enterro foi um ser mudo
Não falante, tão somente constante,
Pois não teve cerimônia, e seu corpo foi colocado
Numa frigideira com óleo quente, derretendo as listras
Instrutivas dos seres incompetentes.