MUTAÇÕES

Mutações

Tarcísio R. Costa

O sol cai, submisso à sombra fria da noite...

Reluto em acreditar,

fico confuso...

Há, nesse momento,uma inversão de valores!

Nada me embevece,

não me encantam as estrelas...

Fico a contemplar o meu próprio pensamento,

que escapa e some...

Fico no "mundo da lua",

meu raciocínio falha,

vejo os jardins apinhados de pirilampos,

assustando as borboletas,

que dormem e se confundem com as flores.

O beija-flor foi para o seu ninho

numa velha árvore desprezada,

que já deu tantas flores

e recebeu tantos beija-flores...

Ali, é a sua morada,entre galhos secos,

sem cores.

Vem o sol e, novamente, há uma mutação...

Chega uma nuvem de borboletas,

assustam-nas os colibris...

Todas querem beijar as flores...

O orvalho frio se desprende,

e as despertam...

Elas passaram a noite desfalecidas...

É um novo dia,agora tudo é alegria,

momento em que, com o coração do poeta é brindado com a inspiração,

e transforma tudo em poesia.

Tarcísio Ribeiro Costa

Tarcísio Ribeiro Costa
Enviado por Tarcísio Ribeiro Costa em 14/10/2006
Código do texto: T264239