PESCARIA
PESCARIA
Morrendo sombria
À tarde agonizava
O sol se pôs
Findou o dia
Enquanto eu pescava
Centenas de garças
Passavam aos bandos
Deixando o banhado
Buscando seu repouso
Muito alem no cerrado
Com seu ângulo obtuso
Ofuscando nos montes
O decrescente crepúsculo
Coloria o céu
No longínquo horizonte
Com seus malabares graciosas
Que no roteiro seguia
Na plumagem das garças
Ele ainda refletia
Com seu vou rasante
Veloz como bala
Os marrecos selvagens
Balançavam as folhas
Das verdes ramagens.
Com perfeição
Estouravam seu peito
Aterrisando
Nas águas profundas
Do rio Picão
Tão logo estrelava
A lua surgia
As aves se achegando
Com grande alegria
De hábitos noturnos
Preparavam pra festa
Enquanto rãs batucavam
Compondo a orquestra
Anfitriões...Os vaga-lumes
De lanterninhas na testa
Conduziam meus olhos
A vislumbrar
A ecológica festa!
O cheiro podre do brejo
Que o vento trazia
Neutralizava o aroma
Que a flora exibia
E as muriçocas
No seu zumbir de asas
Dizendo sozziiiiiiiiiiinha
Expulsaram-me pra casa!