PESCARIA

PESCARIA

Morrendo sombria

À tarde agonizava

O sol se pôs

Findou o dia

Enquanto eu pescava

Centenas de garças

Passavam aos bandos

Deixando o banhado

Buscando seu repouso

Muito alem no cerrado

Com seu ângulo obtuso

Ofuscando nos montes

O decrescente crepúsculo

Coloria o céu

No longínquo horizonte

Com seus malabares graciosas

Que no roteiro seguia

Na plumagem das garças

Ele ainda refletia

Com seu vou rasante

Veloz como bala

Os marrecos selvagens

Balançavam as folhas

Das verdes ramagens.

Com perfeição

Estouravam seu peito

Aterrisando

Nas águas profundas

Do rio Picão

Tão logo estrelava

A lua surgia

As aves se achegando

Com grande alegria

De hábitos noturnos

Preparavam pra festa

Enquanto rãs batucavam

Compondo a orquestra

Anfitriões...Os vaga-lumes

De lanterninhas na testa

Conduziam meus olhos

A vislumbrar

A ecológica festa!

O cheiro podre do brejo

Que o vento trazia

Neutralizava o aroma

Que a flora exibia

E as muriçocas

No seu zumbir de asas

Dizendo sozziiiiiiiiiiinha

Expulsaram-me pra casa!

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 29/04/2010
Código do texto: T2226478
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.