LÁGRIMA DE SAUDADE
LÁGRIMA DE SAUDADE
A velha árvore chora sem fim
Sobre aquele nome inculpido,
Fechado num ocração ferido
Numa ausência que reclama de mim
Um abraço da terra distante
Em que o somho é amor meigo e quente!
São pequenos critais as lágrimas
Que saltitam de folha em folha
Sem um braço que as recolha
Dê sangue e seiva aquelas mágoas!
Árvore companheira, amiga
Da solidão, parceira sentida
Que em poema rasga , dilacera
A alma sem sonho tão errante
Que segredou brisas a quem sente
A saudade tornada quimera!
Não há ninfas, não há inspiração
Apenas a dor de um coração
Que no longe procur o perto!
Responde o vento por entre a copa
Na árvore pensante que chora
Amores mum lugar já deserto,
Um passarinho canta decerto
A dor de quem partiu, foi embora
Sem deixar sequer um simples papel!
Ah! Como doi a dor, sabe a fel
O grito que cala o coração
Rasgado no tronco carcomido
Daquele ser que ali, comigo
Carpe sozinh uma ilusão!
E quando as crianças ali passam
Olhando a velha planta chorosa
Ficam surpresrs porque , em rosa,
As lágrimas singelas que brotam,
Se tornam ao cair , beijando o chão!
José Domingos