LÁGRIMA DE SAUDADE

LÁGRIMA DE SAUDADE

A velha árvore chora sem fim

Sobre aquele nome inculpido,

Fechado num ocração ferido

Numa ausência que reclama de mim

Um abraço da terra distante

Em que o somho é amor meigo e quente!

São pequenos critais as lágrimas

Que saltitam de folha em folha

Sem um braço que as recolha

Dê sangue e seiva aquelas mágoas!

Árvore companheira, amiga

Da solidão, parceira sentida

Que em poema rasga , dilacera

A alma sem sonho tão errante

Que segredou brisas a quem sente

A saudade tornada quimera!

Não há ninfas, não há inspiração

Apenas a dor de um coração

Que no longe procur o perto!

Responde o vento por entre a copa

Na árvore pensante que chora

Amores mum lugar já deserto,

Um passarinho canta decerto

A dor de quem partiu, foi embora

Sem deixar sequer um simples papel!

Ah! Como doi a dor, sabe a fel

O grito que cala o coração

Rasgado no tronco carcomido

Daquele ser que ali, comigo

Carpe sozinh uma ilusão!

E quando as crianças ali passam

Olhando a velha planta chorosa

Ficam surpresrs porque , em rosa,

As lágrimas singelas que brotam,

Se tornam ao cair , beijando o chão!

José Domingos

Jose Domingos
Enviado por Jose Domingos em 24/04/2010
Código do texto: T2217311
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