Andarilho do infinito

Crepúsculo pintado como biombo japonês

brotando brilho na cor da aurora boreal;

peregrinando andei até a minha pequenez

de portas todas abertas pelo Eu divinal!

O estrondoso oceano subia comigo a bailar

e nos brancos braços, espalmada na espuma,

purpureava o meu cristalino sempre sonhar.

Eu era castelo das mil noites e mais uma!

E ainda além, o poderoso continente róseo,

de mil vozes de todas as épocas e espaços,

povoando fatalmente o meu peito solitário,

que se abrigava na mudez de tantos anelos!

Vivo cada pedaço finito de todas as coisas,

intensamente enquanto não chega o infinito,

porém, dos gritos de nostalgias candorosas

minha alma se nutre e eu mudamente escuto!

Santos-SP-15/08/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 15/08/2006
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