POESIA NA VARANDA
POESIA NA VARANDA
Minha varanda é berçário
de sonhos, formas e cores,
do canto de passarinhos,
e de diversos olores
que embalo numa rede
tecida só de poesia,
na brisa amena da tarde
colho verso e alegria.
A metáfora vem só:
caprichosa escultura,
e na elipse do verbo
transforma-se em figura
de uma linguagem sutil
qual a cor do entardecer:
quando se olha é azul
e logo outra cor vai ser.
E assim me perco e me acho
no delírio do poema,
entrego-me aos seus caprichos:
sou só um bico de pena.
Basilina Pereira