Sonho viageiro
Sonhos viandantes, sonâmbulos
de noitadas claras bem coloridas,
lépidos me levam nos tentáculos,
das zonas da terra mal dormidas!
Açoita-me a face a brisa sem medo,
exploração do impossível segredo,
colhendo pingos doces da lua alta,
enquanto vou desancorand’atônita!
Os rios todos metidos neste sonho
são línguas de água sem abandono,
rumando meu leme n’esmo divagar,
sem supor se há de partir ou chegar!
D’um sonho vôo a outro que balam
uníssonos na minha mente submersa,
ávida de mil luzes que dessedentam
est’alma viageira meiga d’esperança!
Alto,escalo despida feit'água santa,
seqüestrada sigo seqüestrando o ar,
com umas tantas bocas de asa aberta,
silêncios viandando, não penso parar!
Misteriosa cachoeira me resval’a alma
de pés calejados,andarilhando à busca
da nascente,qu’ora cala, ora me chama,
e imbuída no viver intrépido me tenta!
De sonho a sonh’eu amarro a fantasia
de papel que desmancha ao sol do dia;
antes,n'entanto, no voraz trem de luz
deixo-me. E força estranha me conduz!
Santos-SP-19/07/2006