murmúrios na varanda
murmúrios na varanda
resquícios de uma toada
as águas murmuram pelo riacho
lá no fundo do terreno
luz de lampião na varanda
no rádio aquele aceno
“quem passar pelo sertão
vai ouvir alguém falar
no herói dessa canção...”
lá vem o Jerônimo a galope
as águas conversam ali esquecidas
a noite vem se achegando
cachorro-do-mato ficando
mansinho diante das águas
que embevecem a serpente
que nem se dá conta da gente
que só quer tomar o café
com bolo de milho e manteiga
ah!, é covardia demais...
Rio, 30/06/2006