Chuva fresca
...e La fora o vento chora
Saudade!
Força e sal.
Bendito vento que vem do norte
Trazendo chuva em cristais
Titilando, feito notas musicais.
Nos telhados molhados, desliza feito cachoeira.
Vento e chuva brincam com as árvores
Levando-as até o chão.
Ladeira de terra seca, molhada pela chuva que
Fresca cai.
Ladeira de rachaduras tais
Que de chuva nem lembra mais.
E no bailar das árvores
Inusitadas, dançam para a chegada da primavera
Sacudindo galhos ressequidos clamando por flores e frutos
E do chão fecundo
Nasce doce, à vida que emana a fé e o sal.
E nos faz sonhar com um mundo melhor
Sem tantos áis
Dos filhos desta terra de tantas montanhas, vales e serras.
Segredos guardados dos nossos antepassados
Musicados muitas vezes em lágrimas.
Sofridas lembranças, contadas e cantadas
Por muitos lábios molhados.
Não imaginavam jamais no caos dos nossos dias atuais
Que já tão distantes
Ainda clamamos com os nossos, áis!
Lili Ribeiro