As folhas do homem
As que ainda tropeçam, outras não tão orvalhadas,
folhas incônscias sobre cajado oxidado, tombando;
ao vôo agitado se alçam,após o tempo das floradas
invejam nas orquídeas campestres o vigor nascido,
folhas se espalham contra o tempo sem deduzirem
que o tempo espaços repartiu nos tempos de vida
e protesta, cativo,expulso,tantas mãos a cingirem
sua vulnerabilidade volátil, selvagem e sossegada!
Vão-s'as peles, nunca somem as emoções herdadas,
viandante missao vestindo lembranças bem vindas
enquanto nos,constante lida 'inação sem sincronia,
imputando ao tempo's agravos da nossa imperícia!
Ideal desiludido vencido se agarr'ao tronco velho,
sonho jovem segura na barra do tempo tal novilho,
cada qual a sua condição,são folhas na contra-mão
que se perdem na natura das horas, sem direção!
Nossas peles como o tempo vão escamando flores,
espinhos pardos à luz d'estrelas inda por botarem,
saudades nas cores do amanhã por crescer amores,
que folhas finjam ser folhas a reaver seus vigores,
talvez assim, todos seu tempo igualem os passos
a um tempo comum, acariciando-se folhas e horas;
as películas profundas desejam se fincar tal laços,
abraçarem as profetizadas e viandantes auroras!
Grenoble-Fr-01/06/2006