Triste Galgar Serrano
O amanhecer na serra
Teto metálico que reflete
Pura luz branca
E cada pêlo espectador
Que isto fita se levanta.
Por mais são as cores das árvores
Que borram de tal passar ligeiro.
Assim o coletivo leva, com gosto,
Cada passageiro.
E estes mesmos passageiros
Vêem das janelas visionárias
O sonho de quem deles fala
Em verdades apenas literárias.
Do amanhecer na serra ainda molhada,
Ao orvalho que condensa no vidro
O bafejar de bocas secas
(Frio de cansaço diluído)
O amanhecer na serrania
De onde vivo cá em baixo,
É com sorte que nem sempre vejo.
Tenho esta sorte sim:
É menos um deslumbramento sertanejo.