Considerações sobre a mansidão

Peço- te licença …

Foste como um animal em um cárcere invisível

Alimentado com dor e pedras…Com o de pior que há nas pessoas de bem…

Vivendo à cata de migalhas do bem que caem displicentemente delas!

Beliscando seus sobejos…

Liberta do cárcere…

Então…

Como me diz agora que sois mansa?

Como me diz agora que tens paciência?

Como me diz agora que tens compaixão?

Como me diz agora…?

A máscara da mansidão…Todos nós a temos!

Escondemos corações revoltosos como um mar em fúria…Num dia de sol!

Uma rebeldia contida…Sem causa…Ou com muitas causas!

Sois doce e tortuosa como o cerrado que te rodeia…

Liberta do cárcere…

Como quer esconder-te?

Em um mundo tão cheio de solicitude com seus próprios defeitos!

Como parar esse grito que teima em rasgar teu peito?

Que te corrói as entranhas…Como parar o fel que vem até tua boca?

O fel dos teus próximos…O fel da vida…O fel do mundo…

Como parar esse grito que sai do pântano tenebroso de tua alma?

Que invade as ruas…corta as avenida incomodando os transeuntes nas suas comodadas vidas..

E bate na porta do cárcere das tuas lembranças!

És batida e sofrida como o chão de onde cresceste…De onde sobreviveste…

De onde foste criada…Como os porcos assim são, mas com menos solicitude!

Mansidão é um estado de alma…Sem imposição!

Não diga que mansidão é aceitação…

Eufenismos para ti não adianta…Está marcada a ferro na tua alma!

E essa marca ainda arde!

Beligerância vem de berço…A rebeldia também!

Irmãs como ápias vieram e comeram os ovos da esperança que havia em teu coração…

Mataram os brotos que tentavam em vão nascer no pântano tenebroso…

Mas fora do cárcere o amanhã sempre vem…E ele é so teu!

Fora do cárcere?

Criaste pois um cárcere particular!

Circunscrita em ti mesma!

Infinito em suas dimensões…Mas com regras tuas!

P.S: Sois porem...Feliz!

Val Araújo
Enviado por Val Araújo em 15/05/2009
Código do texto: T1596735
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