quando menina
Menininha tímida
quase mocinha da roça
ainda ontem se escondia
de qualquer pessoa que a via
meio índia desbotada,
dos olhinhos amedrontados
longos e lisinhos os negros cabelos
meio sorriso, ainda pouco permitido
tanto medo de se abrir, pequeno caramujo
das poucas palavras, dos olhares oblíquos
da força que nem cabia em um tico, franzina
na coragem dos moleques de rua, cismados
as estrelas, suas cúmplices, os sonhos iluminavam
seus olhos sempre atraídos, que meio corpo já voava
viagens longas em tantas terras e histórias. percorria
toda ida sempre envolvida, pelo quadrante de sua janela
já os suspiros não eram mais só euforia, doídos
os brilhos nos olhos ganhavam umidade, escorriam
outros “heróis” invadiam suas histórias, faceiros
coração que batia descompassado, calor estorvado
as saias encurtavam......a menina crescia....
m.raposo*