Drama de beija-flor
Na razão do ser, a certeza de um verão melhor
um brilho estranho no céu de nuvens que choram,
doces e incandecentes lágrimas de despedida.
Um toque e um cheiro de alívio,
um beijo sem gosto na boca seca de nervosismo
um leve toque no cabelo sobre a orelha
um riso no suburbio
A virada de costas para o prazer
para as delícias de uma noite sem sono,
para os suspiros esvoaçados
para as mordidas sem força
para o ego e para dama
paro o negro do amor
pra vida livre
sorrisos e amizade colorida
vermelho anil, cor de giz e de salsa
ventania de experiência e suco de fumaça
formando a neblina sobre os olhos
a baforada do êxtase
a tentativa errada do disfarce
e as palmas da platéia surda
Falta de improviso e talento
fazem do palhaço um cantor
siga seu rumo meio esquivo
rindo da falta e rindo da dor
eis que surge pavor e fascínio
surge a vacina da alma
e vence o vírus do amor
Faltam as palavras centradas
frases formadas do pólen da flor
curva e despetalada
morando nos meus versos ingênuos
enxáguado no balde da mágoa
enfim, fica o carinho, some o rancor
mais uma flor foi beijada