Últimos apegos
O florecer da primavera
já não me cabe na memória.
Fui semente, fui fruto, fui vida!
hoje sou apenas podre:
sou limão caindo do pé.
Não fui pego, nem transformado.
Fui deixado à natureza só.
Meu líquido agora estrago,
não é mais azedo, não presta.
Hoje largo meu posto alto,
hoje eu deixo a vida vã.
Sou vilão de um mundo de fome,
sou a fruta que estragou.