Poema Metalinguagem...

Qual vago querer

Quererei eu

Neste momento

Nesta hora

No agora

Querer

Quero a poesia

Que só me dá alegria

Noite e dia

Vale a rima pela rima.

E há alguma poesia

No que acabei de escrever

Vale a meta linguagem]

Ou a meta poesia

No poema

Que fala de si

Tentando um diálogo

Entre o que escreve

E o que lê

Na minha mente

Que não mente

A semente

Semeada

É o que penso

Não é poesia

Ainda

Enquanto é pensamento

O que penso

Não é poesia

Não é nada

São só palavras

Mas, depois

Que vão

Escorregando

Pela página

Preenchendo

Vazios formando

Trilhas escritas

Com letras negras

Manchando a brancura

Ilusória do papel eletrônico

Surgido de um tubo de imagem

Uivos dementes

Que afloram

Do meu inconsciente

Para o consciente

Não muito bem

Regulado

Erro de fabricação

Pois alguém

Tem

Que ser culpado

Mas não há culpado

Faltam neurônios talvez

Voltando ao poema

Que não é poema

A crônica

Que não é crônica

Versos livres, também não.

Em qual nicho situar

A miscelânea que digito

Porque preciso

De um rotulo

Não me rotular

Apenas escrever

Da forma que me dê prazer

Porque não?

Claro que sim

Então porque sim

Porque

Rebela-se

Contra as regras

Criando outras regras

Então

Pode o poeta tudo

É o senhor de suas idéias

Ele as cria

Ele as tem

E decide

Se vivem ou morrem

É estranho e solitário

O ato de escrever

Quando

Só ficamos sabendo

Se aceitaram ou não

O escrito

Depois de publicado

Não ficamos sabendo

Onde o texto foi parar

Quem os leu, gostou.

Ou não, odiou deletou.

Arquivou,

Mas, que importa.

Claro que importa

Porque escrevo então

Essa necessidade de exprimir

Pensamentos, palavras.

Frases escritas

Qual o sentido maior

De ser poeta

Senão o de escrever

Com palavras

Fazer-se entender

Expor-se

Comunicar-se

Ou simplesmente

Prender sua atenção

Procurando aceitação

Obrigado pela atenção

Com que leu minhas palavras

Concordando ou não

ABittar

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