Há nesses dias
Há nesses dias
Uma fome silenciosa
E assassina,
Chove uma chuva
Que chora todo o céu
Em negro cinza.
Pelas frestas
O ar violentando as paixões.
O sussurro úmido
Pelas ruas desertas,
Pequenos desejos
Coisas nuas:
Os olhos que tiraram a carne das coisas.
Sonhos vão sendo estuprados!
Rasgados... (aí, a chuva vira vermelho)
E tudo que vive é devorado
Mastigado, digerido
Excretado!