Há nesses dias

Há nesses dias

Uma fome silenciosa

E assassina,

Chove uma chuva

Que chora todo o céu

Em negro cinza.

Pelas frestas

O ar violentando as paixões.

O sussurro úmido

Pelas ruas desertas,

Pequenos desejos

Coisas nuas:

Os olhos que tiraram a carne das coisas.

Sonhos vão sendo estuprados!

Rasgados... (aí, a chuva vira vermelho)

E tudo que vive é devorado

Mastigado, digerido

Excretado!

Harley Dolzane
Enviado por Harley Dolzane em 15/01/2006
Código do texto: T99048