Deleito...
No descanso tranqüilo dos braços da imaginação e na carona de suas asas, faço uma viagem entre planetas e constelações, salpicando o brilho das estrelas por onde for.
Com o sopro do amor nas mãos, quero atingir todos os corações, sem avisar entro e me instalo quietinha e me alimento de sentimentos e sensibilidades, da lágrima que rola sobre a face, do riso mais bonito afloro feitas as flores, estou no gosto do beijo, no cheiro da pele, na maciez das mãos que afagam o contorno da face.
Deleito-me nos primeiros passos das crianças que cultivam no olhar esperança de um mundo melhor e com segurança.
Nas brincadeiras de gente grande, sou as penas que desprendem dos travesseiros, e da água quente do chuveiro sou a neblina que cobre os espelhos, fazendo um convite a você desenhar.
Deleito no seu grito de vitória e sustento suas mãos fechadas por alguns segundos, até você cair na risada.
E faço seresta com os passarinhos na madrugada e o cão solitário vira-lata, meu companheiro de longa data.
E feito gato manhoso chego de mansinho com o olhar peço carinho.
Em noite fria, meu manto cobre seu pé que está para fora da cama, e no reflexo dos espelhos também estou lá, sou a piscadinha de canto do olhar.
Deleito, no raio do sol e germino em verdes campos floridos e na queda d´água despenco fazendo graça entre as pedras e nas vegetações, sou o aroma que vem das doces macieiras.
No assovio do vento, junto melodia e canção, estou protegida e revestida nas camadas do seu coração, me deleito.
Escrito em: 28.07.2005
Por Águida Hettwer