LA SE VAI OUTRO AMOR
Veio como tantos,
Foi-se como outros.
Tornou-se uma rotina na minha vida.
Um circulo vicioso,
Do qual não consigo me desvencilhar.
São tão efêmeros, que já perdi a realidade dos sonhos.
Chegam coloridos, brilhantes,
Tímidos, efusivos.
Envolventes, cativantes.
Vêem com doçura, partem com pouca ternura.
Trazem no olhar o brilho do novo,
Quando se vão, carregam tudo,
Como se fossem donos dos sentimentos.
Não sei se meu poço de doação,
É tão raso, que não consigo guardar nada.
Ou se meu olhar exprime um vazio,
Que causa uma insegurança no outro.
E assim se vai as estradas dos amores...
Aparecem com placas comemorativas:
Seja bem vindo,
Seu amor a 500m,
Entre a esquerda para ser feliz,
Ou aguarde no acostamento.
Quando percebo já estou na rotatória.
Bifurcação adiante, ventos laterais.
Sem uma bússola ou mapa para me orientar.
Parado na barreira do pedágio,
Sem ter alguém para levantar a cancela.
Nem lagrimas supriram para pagamento,
Nem olhares melancólicos, me livraram das multas.
A estrada esburacada sem aviso,
Foi uma armadilha para os amortecedores da alma,
Que venceu antes da data de validade.
Foram caminhos tortuosos,
Foram postos sem combustíveis,
Remendos no borracheiro,
Foi placa apagada pela ação do tempo.
No bagageiro só jornais velhos,
Que trouxeram noticias que me surpreenderam.
Fotografias no chão escondendo rostos,
E cd’s que tocam antigas canções,
Que hoje não me dizem nada.
São letras que não me identificam,
São autores que não brilham mais.
Mas estou na estrada!
Atento as novas placas,
As novas fronteiras...
ATENÇÃO
Gente nova a 1 km.
Di Camargo, 11/05/2008